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Globalización,
Inversiones Extranjeras y Desarrollo en América Latina
Mario Gómez Olivares y Cezar Guedes
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Considerações Finais
A mudança de paradigma de desenvolvimento económico que se processa em América Latina desde o fim dos anos oitenta do passado século ate agora, coloca acento na criação de mercados competitivos, abertos ao exterior e na base da propriedade privada. O crescimento económico e do comercio mundial tem permitido oportunidades para os investimentos ibéricos, bem como para o investimento directo em geral, num processo único e não repetível de privatizações, fusões e adquisições.
Consequência dessa mudança são as privatizações em todos os sectores económicos, empresa a empresa, incluindo a abertura ao investimento directo e financeiro, procurando a modernização económica e um maior crescimento económico. Se bem que a sustentabilidade dos investimentos resulte das possibilidades de financiamento num sistema mais móvel internacionalmente, dirigido à compra de activos com vistas à modernização de empresas, ela visa ao alargamento no contexto nacional e internacional, da lógica de acumulação proporcionada pelo mercado externo.
No caso de sectores económicos chaves dos países latinoamericanos, as privatizações, a apertura ao capital estrangeiro tem permitido às grandes empresas espanholas afirmar-se rapidamente no contexto latino-americano do mercado energético, telecomunicações, financeiro, servindo como plataforma para mercado mais vastos como o brasileiro que aparece com mais atraso na abertura ao capital estrangeiro.
Procurou-se, primeiro, a compra de empresas públicas que se privatizavam, e depois a adquisição de grandes empresas privadas nacionais e nalguns casos de empresas de dimensão latinoamericanas. Em particular, em certos sectores aumentaram à capacidade instalada, como no caso da industria automóvel, a minería e alguns serviços públicos privatizados; modernizaram os serviços financeiros, mas o seu impacto é muito menor que o financiamento de novas instalações.
A fragilidade competitiva da indústria portuguesa tradicional, têxtil, calçado impede a sua exportação para América Latina. Os novos sectores de exportação, mais dinâmicos, automóvel, componentes electrónicos estão inseridos numa óptica de comércio intraindustrial e obedecem a um padrão de comércio multinacional, podendo contudo, dar lugar a nichos de mercado de exportação, como é o caso dos moldes e dos componentes da indústria automóvel. É preciso levar isto em consideração quando se relaciona o comércio externo, com a lógica de investimento e quando comparamos com o padrão de inserção e de investimento das empresas líderes na Europa.
A lógica do investimento português e de certo modo também do espanhol é o do aproveitar as potencialidades de um mercado crescente na América Latina em sectores desnacionalizados e privatizados numa estratégia de controlo do mercado interno baseado em bens não transaccionáveis. As necessidades sentidas por parte dos países de América Latina de maior crescimento de capital e de formação bruta de capital mais acelerados, na procura de um motor de crescimento económico mais rápido, encontra o interesse das grandes companhias ibéricas que se expandem a procura de mercados de cultura similar, menor risco e maiores lucros.
Nesse sentido os investimentos portugueses no exterior, assim como os espanhóis estão ligados a produtos destinados ao mercado interno de procura estável e crescente, não competitivos e sobre tudo ligada à serviços ou em áreas como a produção de energia, infra-estruturas urbanas, as comunicações e o comércio, geralmente em aliança com os espanhóis, partilhando mercados, numa óptica de Tordesillas.
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