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Globalización, Inversiones Extranjeras y Desarrollo en América Latina

Mario Gómez Olivares y Cezar Guedes
 

 

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II.II - As empresas espanholas em América Latina

As grandes empresas espanholas, para manter e reforçar a sua posição competitiva, assim como para defender-se de eventuais intentos de aquisição hostil por parte de competidores (locais externos), foram levadas a superar os limites nacionais na procura de mercados a escala continental e mundial. Numa primeira etapa procuraram um aumento das alianças e acordos de colaboração com outras entidades, fundamentalmente europeias. Numa segunda fase foi posto em movimento uma rápida e agressiva estratégia de expansão na direcção dos principais mercados latino-americanos. As grandes empresas espanholas encontraram na América Latina o meio para consolidar o seu activo processo de internacionalização, baseado em quatro vectores básicos:

i) procura de tamanho e competitividade; ii) a entrada, desde mercados maduros (o mercado espanhol), a mercados em expansão; iii) a exploração global dos recursos, capacidades organizativas e tecnológicas; iv) a diversificação adequada ao risco em função da rentabilidade.

Neste sentido, os países da América Latina ofereceram una oportunidade única, visto que as opções mais próximas, como as de outros países europeus, apresentavam mercados maduros e possibilidades de aquisições escassas e de alto preço. Em geral, a situação dos sistemas dos principais países latino-americanos era de ampla apertura e desregulação. Assim, o baixo nível de capitalização das empresas latino-americanas, as amplas margens de lucro, as altas rentabilidades potenciais e o melhoramento da procura interna começaram a abrir interessantes oportunidades de novos negócios. Simultaneamente, se aperceberam das carências de capital e de modernização de produtos para fazer frente a uma demanda crescente de serviços. Todo isto num contexto em que as autoridades económicas latino-americanas olhavam positivamente a vinda de sócios estrangeiros, como una fórmula para superar as limitações de financiamento e assim modernizar os sistemas financeiros locais.

Os investimentos espanhóis na região tem conseguido volumes imensos que inicialmente surpreenderam os especialistas internacionais na década de oitenta mas que os habituaram na década a seguir. Existem dúvidas sobre se este facto é concertado entre os grupos económicos espanhóis, embora não existam dúvidas quanto ao apoio do Governo de Espanha. A dúvida é até que ponto existe uma estratégia concertada de acção entre as diferentes empresas, visto que os diversos grupos tem seguido a onda de privatizações na América Latina e começado a elaborar estratégias de investimento, de programação de fusões e participações, de compra ao sabor das oportunidades de investimento, de formação de holding, materializando uma aposta estratégica pela América Latina. Como resultado deste processo, limitado a algumas poucas empresas, a Espanha é hoje um exportador líquido de capital. No quadro n.º 6 podemos observar e avaliar o peso e significado que o investimento na América Latina representa para estas empresas.

Embora as empresas pertençam a sectores económicos diferentes e desenvolvem estratégias distintas, as empresas espanholas que estão investindo na América Latina possuem e enfrentam vários elementos afins, entre os quais destacamos os seguintes:

uma crescente concorrência na Espanha e na UE; a concentração da sua estratégia de expansão internacional apenas numa região: América Latina;

a opção por estratégias de expansão internacional como um elemento comum nos esforços por incrementar o seu valor na bolsa a fim de viabilizar financiamentos na Espanha e na Europa;

as empresas espanholas mais activas na América Latina são o resultado de recentes e amplos programas de privatização nos países latino-americanos; as estratégias de expansão internacional tem por base a compra de activos existentes, na sua maior parte pela via dos esquemas de privatização implementados pelas autoridades latino-americanas; as empresas espanholas iniciaram a sua estratégia de expansão regional em países do Cone Sul (Argentina e Chile), tendo-se estendido a outros países hispanos (Peru, Colómbia, Venezuela, México) e Brasil.

a maioria das empresas procura dirigir-se ao Brasil como destino mais importante e, a partir de 1998, tem investido nesse país grandes quantidades de recursos; para expandir-se a escala regional, as empresas espanholas tem aproveitado a falta de regulamentação nos vários países, facto que actualmente tem gerado múltiplos inconvenientes.

Deste modo, algumas das principais empresas espanholas tem sido actores chaves, em particular nos ramos de actividades de serviços recentemente liberalizados. Aproveitando o renovado entorno económico latino-americano, estas entidades —através de uma estratégia de aquisições— procuraram atingir o tamanho necessário para competir no mercado europeu e mundial crescentemente globalizado. Assim, umas poucas empresas espanholas converteram-se em líderes em três sectores chaves do novo panorama económico latino-americano, como são as telecomunicações, a energia e a banca, contribuindo de maneira positiva para a competitividade sistémica das economias receptoras. Em anexo pode-se observar o conjunto das empresas espanholas que tem construído uma malha de empresas associadas e parcerias a escala nacional. A acção consertada e a estratégia de adquisições verticais são visíveis nos conglomerados e nas redes de serviços que representam no contexto regional e assim como a fontes de financiamento. Uma das características dos investimentos directos das empresas ibéricas na década de 1990 na América Latina é que se dirigiram, sobretudo à compra de activos existentes e não redundaram num aumento da capacidade instalada dos mercados nacionais.


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