CARLOS GOMES
OUTRAS ACTIVIDADES - VESTUÁRIO
O uso do vestuário correspondeu a uma necessidade física variável conforme o clima e outros factores ambientais. Alguns povos mantiveram-se praticamente nus e outros tiveram de procurar meios de proteger o seu corpo contra o frio. O vestuário facilitou a permanência do homem em zonas climáticas mais desfavoráveis e, consequentemente, a ocupação humana dos continentes. Numa fase posterior o vestuário passa a ser também utilizado em cerimónias religiosas ou guerreiras.
A satisfação da necessidade de cobrir o corpo teve grande influência no desenvolvimento do processo produtivo. Nas regiões onde a existência de vestuário era indispensável, foi necessário procurar os materiais adequados, inventar instrumentos para os transformar, adquirir novos conhecimentos para a sua confecção.
As peles de animais começaram a servir de peças de vestuário. Na sua preparação foram utilizados alguns utensílios e técnicas para amaciar a pele e abrir buracos. A pele era raspada para lhe retirar os resíduos de carne ou gorduras, amolecida em gordura líquida ou em água misturada com casca de carvalho ou salgueiro. A invenção da agulha contribuiu para o desenvolvimento da confecção do vestuário.
No Brasil, a ausência generalizada de vestuário entre os ameríndios despertou a atenção dos nossos navegadores, isto há cerca de 500 anos. Os descobridores portugueses referem ainda a presença de indivíduos completamente nus ou parcialmente cobertos com cascas de árvore ou peles de cabra, noutras zonas da América do Sul e da África Subsariana.
Em contrapartida, a presença humana
em latitudes muito a norte deu lugar à criação intensiva de vestuário,
usando como matéria-prima as peles de foca e de outros animais.