CARLOS GOMES
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS - PESCA E OUTROS RECURSOS AQUÁTICOS
Há indícios de captura de peixe tanto no mar, como nos rios e lagos. Os habitantes destas zonas viviam em parte da pesca e deslocavam-se menos para outras regiões, mantendo um modo de vida sedentário. Conheciam as zonas dos rios ou do mar onde se tornava mais fácil pescar. Por exemplo, aproveitavam o peixe que ficava nas poças de água, formadas depois das cheias. Tal como na caça, um dos métodos consistia na instalação de armadilhas colocadas em canais estreitos, naturais ou artificiais, que impediam o peixe de escapar. Como instrumentos de pesca os pescadores usaram anzóis de conchas e de espinhos de cactos, arpões de osso com farpas e mesmo arcos.
Alguns povos recolectores baseavam o seu principal meio de subsistência na apanha de moluscos e crustáceos e outros alimentos marítimos, provavelmente mesmo antes do uso da pesca. Encontram-se em todos os continentes indícios da inclusão de mariscos na dieta alimentar, que aliás constituem uma importante fonte de proteínas. Com frequência são encontrados pelos arqueólogos ossos de pinguins, golfinhos, focas e grandes quantidade de conchas marítimas.
Na recolha destes produtos aproveitavam as águas calmas das baías e enseadas, para aí retirarem os alimentos necessários e os transportarem, em cestos feitos de fibra vegetal, para os seus locais de acampamento onde eram consumidos em comum.
A base produtiva de algumas
comunidades africanas e americanas não assentava na caça ou na colheita de
plantas comestíveis, mas na pesca sobretudo nos lagos. A costa africana
proporcionou uma utilização sistemática dos recursos marítimos e
constituiu uma parte importante da economia de subsistência. Na América do
Sul a população explorava os recursos marítimos sazonalmente e chegava a
armar os seus acampamentos perto do mar. Na Austrália a dieta dos grupos
aborígenes ainda hoje inclui crustáceos.