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Este texto forma parte del libro
Ensaios de Economia
de Luis Gonzaga da Sousa
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COMO FUNCIONA A ECONOMIA

 

 

 

O funcionamento de uma economia se presencia em todos os instantes na vida dos seres humanos. Em todos os tempos, ele esteve sempre presente, com as grandes multinacionais, aos pequenos agentes econômicos, como por exemplo, a dona de casa ser uma excelente economista; assim como, o dono da casa também, quando participa com o trabalho para adquirir recursos, para o processo de compra/venda de mercadorias para o lar; da distribuição da mercadoria comprada no presente, e no transcorrer da existência. Dentro deste prisma, procura-se entender o real conceito de economia, a origem do termo, a sua vinculação com as outras ciências, e todo o processo que envolve os seus diversos fragmentos. Assim sendo, verifica-se que Economia é uma Ciência de fundamental importância para a humanidade, ao considerar a sua interligação com todos os elementos de um sistema geral, que envolve a política e a economia.

Ao se estudar em detalhes a Economia Universal, ou simplesmente Economia, parte-se das origens reais do conceito, ou melhor, dos primeiros filósofos que investigaram a alocação dos recursos da época, o nível de pobreza em que viviam algumas pessoas, e as riquezas em que alguns outros estavam submetidos sem nenhum esforço e luta. Normalmente, diz-se que o termo economia provém de XENOFONTES (440 a 355 a. C)[1], quando mostra em suas anotações, que economia designa ciência das leis da economia doméstica. O termos economia vem do grego oikos que quer dizer casa; e, nomos significa lei. Numa conjugação dessas duas palavras, tem-se, desta forma, a lei que uma casa, ou nação, ou estado adota na utilização dos recursos escassos da sociedade.

Assim, segundo a interpretação de MALANOS (1969)[2], em seu livro de teoria econômica; ele explica claramente que

a economia (ou economia política) é a Ciência que examina as Instituições relacionadas e os fenômenos emanados dos processos sociais de produção, distribuição e, principalmente, a distribuição dos bens escassos para a satisfação dos desejos.

Mas, não se devem esquecer os primeiros seres humanos que habitaram na face da terra. Eles também praticaram atividades que podem ser consideradas econômicas; pois, cronologicamente, tem-se uma economia primitiva, onde não existia a troca especulativa; mas, estava presente o processo de distribuição nas tribos, a atividade do trabalho na comunidade e, finalmente, a escassez de alguns fatores de produção necessários.

Os anos se passaram e a economia tem, a cada dia, sido mais ativa, procurando sempre cumprir seus propósitos reais de ser necessária à comunidade indistintamente de raça, religião e classe social. Neste sentido, a economia pode ser designada como uma Ciência Social, tal como empregou SUPINSKI (1865)[3] em seu livro Szikola polska gospodarstwa spolecsnego. Na verdade, a economia partiu cientificamente com os clássicos desde Adam SMITH (1776), e continuou na visão rebelde de Karl MARX (1867). Estes dois dogmas econômicos aperfeiçoaram-se no tempo, carregando adeptos e mais adeptos ao longo da história, criando escolas que cultuam esses ensinamentos; um pelo lado extremamente político de democracia participativa, e o outro pelo lado da eficiência econômica, sem o aspecto político da história.

Para os marxistas, especificamente nas palavras abalizadas de LANGE (1962)[4], em seu trabalho de economia política, verifica-se que a economia política ou economia social é a ciência das leis sociais que regulam a produção e a distribuição dos meios materiais aptos a satisfazer as necessidades humanas. Os marxistas não propõem soluções paliativas aos problemas sociais, ou econômicos; todavia, buscam sempre as raízes da questão para que os resultados fiquem para toda a vida, como escreve o próprio MARX (1867)[5] em O Capital, que

não podemos fazer uma análise científica da concorrência, antes de termos uma concepção das leis internas do capital, da mesma forma que os movimentos aparentes dos corpos celestes só são intangíveis para quem estiver familiarizado com os seus movimentos reais, movimentos esses que não são diretamente perceptíveis pelos sentidos.

É justamente buscar nas raízes dos problemas, a solução mais plausível às questões que a ciência econômica enfrenta hoje em dia.

Como se sabe, o marxismo explica, na verdade, o porque das dificuldades que passam alguns países pobres, ou como se diz no economês, alguns países subdesenvolvidos; mas, não apresentam soluções cabíveis ao status quo, e a única coisa que prega é a derrocada do sistema, por si tratar de uma filosofia eminentemente política; pois, só a queda desta estrutura é que dará vida melhor aos seus filhos. As explicações marxistas são evidentes para Nicarágua, Uruguai, Argentina; contudo, não se ver tão evidentemente essas aplicações aos Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, e alguns outros países ricos do mundo capitalista, onde estão muito bem consolidados em seu nível de vida econômico, e social.

Noutra visão mais administrativa, o professor BARRE (1964)[6] mostra com muita sapiência que 

a economia é a Ciência voltada para a administração dos escassos recursos das sociedades humanas: ela estuda as formas assumidas pelo comportamento humano na disposição onerosa do mundo exterior em decorrência da tensão existente entre os desejos ilimitados e os meios limitados aos agentes da atividade econômica.

Esta posição explica como em verdade, alguns economistas enxergam o conceito de economia para uma sociedade moderna, que necessita viver dentro do princípio de estabilidade econômica, e social.

Ainda nesta linha de raciocínio, conceitua SAMUELSON (1975)[7] a economia de forma mais abrangente, quando comenta claramente que, a

economia é o estudo de como os homens e a sociedade decidem, com ou sem a utilização do dinheiro, empregar recursos produtivos escassos, que poderiam ter aplicações, para produzir diversas mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las para consumo, agora e no futuro, entre diversas pessoas e grupos da sociedade.

Com isto, está-se diante de uma idéia sobre o conceito real de economia; ao poder, desta feita, proporcionar uma visão objetiva aos problemas atuais da economia.

Neste último ponto de vista, as resoluções econômicas, não são soluções aparentemente definitivas; mas, momentâneas, para assegurar a estrutura política institucional do grande capital internacional; pois, cada nação, ou país, não tem o seu modo de vida próprio; porém, estar atrelado ao poderio do capital monopolista. Isto assegura, aos países do primeiro mundo, a hegemonia sobre tais economias, numa submissão incontrolável, no curto e no médio prazo; e, talvez, até no longo prazo, seja necessário um confronto mais radical, para que realmente se adquira uma independência política, como o caso de Nicarágua, e algumas outras nações que saíram desta subordinação econômica e social. Com os conchavos e as barganhas políticas, não se conseguirão grandes ganhos para o bem-estar de todos de forma igualitária.

Assim, as estruturas clássicas e neoclássicas asseguram ao capitalismo a sua sobrevivência, pois, se o aperfeiçoamento do grande capital, não conduzisse às centralizações e concentrações que culminaram com os oligopólios, talvez, o mundo não estivesse passando pelos dissabores devastadores de um sistema explorador. Espera-se que o aspecto exploratório acabe, para que se tenha uma estrutura, nem socialista, ao nível pregado pelos idealizadores que evangelizam a dominação do Estado; nem o capitalista, ao nível imperialista, pois, o aspecto dominador não serve a ninguém, e se servir, será no curto ou médio prazo; mas, nunca, para toda a história. O importante, é que, tenha-se uma economia que busque a eficiência, sem patrão usurpador; mas, um social harmonioso.

Neste contexto, a Economia deve buscar a eficiência a todo custo, mesmo sabendo-se que só conseguirá em uma competição perfeita. Um pouco de perspicácia e de poder de liderança, entende-se que fica fácil de se chegar à eficiência nos estilos pareteanos, tal como prega a economia do bem-estar. Assim sendo, PARETO (1897)[8] define eficiência num sistema de concorrência perfeita, e, neste sentido, coloca que

qualquer organização (ponto) é ótima, ou eficiente, no sentido de PARETO (1897), quando qualquer reorganização que aumentar o valor de uma variável, reduzir-se-á, necessariamente o valor da outra.

Sem dúvida, é verdade que este conceito é utópico pela sua hipótese principal de mercado perfeito; mas, pode-se trabalhar para que se consiga uma economia de forma democrática e eficiente, com uma produção ao máximo possível.

Ninguém deve esquecer que a Economia Política envolve decisões de suma importância sobre diversas camadas sociais, tais como, a classe alta, a média e a baixa. Não se pode tomar uma decisão que vá de encontro à classe média, nem à classe baixa e tão pouco à classe alta, deve-se, isto sim, conciliar as três situações, para que ninguém perca, ou saia insatisfeita. Foi neste sentido que KALDOR (1960)[9] idealizou um princípio que atendesse a este tipo de decisão, é o princípio da compensação adotado. Para tanto, diz KALDOR (1960) que

somente como conseqüência desta variação na distribuição da renda que pode diminuir a satisfação de alguns indivíduos e, portanto, esta é a razão pela qual é necessário comparar os benefícios de uns com as perdas de outros.

Com este princípio, pode-se ter uma intervenção governamental, numa forma de atenuar as dificuldades entre as classes sociais, devido ao princípio da compensação até que tudo se normalize.

É, desta forma, que os tomadores de decisão tentam organizar a economia para todos. Alguém poderá sair perdendo; contudo, são perdas individualizadas, por não participar da contabilidade geral da distribuição; pois, é muito comum alguém reivindicar um melhor tratamento, quando ele isoladamente teve algumas perdas. O processo de decisão deve envolver uma coletividade, e não pessoas isoladamente; e, por sinal, este é o problema que envolve os oligopolistas de hoje e que causa os maiores transtornos para a economia capitalista mundial. É importante que as comunidades se conscientizem de que no mundo atual, as economias não se desenvolverão, sem um trabalho coletivista e participativo.

Finalmente, tem-se que a compreensão da economia é de fundamental importância para que uma sociedade se desenvolva e cresça. As dificuldades são grandes; mas, não insuportáveis. É necessário, simplesmente, que o tomador de decisões seja um líder, para que os resultados econômicos satisfaçam a todos indistintamente. Do contrário, as deliberações implantadas na economia, serão sempre amargas para alguns, e, excelentes para outros. Do mesmo jeito que é administrar uma casa familiar, é também gerenciar uma nação, um estado, ou uma região. A única diferença é a magnitude do conglomerado que está sendo gerido. Portanto, deve-se observar que numa casa, o processo de distribuição é muito difícil, e algumas vezes bastante desigual.


 

 


 

[1] XENOFONTES: In.: GOMES, Luiz Sousa. O que Devemos Conhecer de Economia Política & Finanças. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1977, p., XV.

[2] MALANOS, George. Teoria Econômica. Rio de Janeiro, FORUM, 1967, p. 4.

[3] SUPINSKI. In: LANGE, Oskar. Moderna Economia Política. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1963, p. 24.

[4] LANGE, Oskar. Moderna Economia Política. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1963, p. 13.

[5] MARX, Karl. O Capital. Rio de Janeiro, DIFEL/ Civilização, L. I, Vol. II, 1975, p. 728.

[6] BARRE, Raymond. Manual de Economia Política. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1963, p. 25.

[7] SAMUELSON, P. Antony. Introdução à Economia. Rio de Janeiro, AGIR, 1976, p 3.   

[8] PARETO, Vilfredo. Manual D’Economia Política. Paris: Giard, 1927, p. 83.

[9] KALDOR, Nichollas. Ensayo sobre el Valor y Distribución. Madrid, Tecnos, 1973, p. 190.