Observatorio Economía Latinoamericana. ISSN: 1696-8352
Brasil


A DINÂMICA DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO CAMPONESES EM ACARÁ- PARÁ E AS NOVAS CONFIGURAÇÕES DE RELAÇÕES COM O MERCADO, IMPULSIONADAS PELA INFLUÊNCIA DAS ASSOCIAÇÕES LOCAIS

Autores e infomación del artículo

Ana Julia Mourão Salheb do Amaral*

Laura Angélica Ferreira Darnet **

Gutemberg Armando Diniz Guerra***

UFPA

anaagro4@gmail.com

Archivo completo en PDF


Resumo
Este artigo tem como objetivo entender a relação entre as associações e as mudanças dos sistemas de produção das famílias pertencentes à Comunidade Boa Esperança, Acará-PA. Os dados foram obtidos através de pesquisa de campo, quando foram feitas entrevistas com as famílias que residem na comunidade e participam de duas associações presentes. A pesquisa constatou a existência de quatro tipos de produtores que se diferenciam pelo sistema de produção e por estarem ou não associadas. Como conclusão da pesquisa percebemos que fazer parte de uma associação aumenta as possibilidades de inserção no mercado; acesso a políticas públicas; e assistência técnica.

Palavras-chave: Sistema de Produção- Mercado- Associação- Agricultura Familiar- Diversificação.

LA DINÁMICA DE LOS SISTEMAS DE PRODUCCIÓN CAMPESINAS EN ACARÁ- PARÁ
Y LAS NUEVAS CONFIGURACIONES DE RELACIONES CON EL MERCADO, IMPULSADAS POR LA INFLUENCIA DE LAS ASOCIACIONES LOCALES

Resumen
Este artículo tiene como objetivo entender la relación entre las asociaciones y los cambios de los sistemas de producción de las familias pertenecientes a la Comunidad Boa Esperanza, Acará-PA. Los datos fueron obtenidos a través de investigación de campo, cuando se realizaron entrevistas con las familias que residen en la comunidad y participan de dos asociaciones presentes. La investigación constató la existencia de cuatro tipos de productores que se diferencian por el sistema de producción y por estar o no asociados. Como conclusión de la investigación percibimos que formar parte de una asociación aumenta las posibilidades de inserción en el mercado; acceso a políticas públicas; y asistencia técnica.

Palabras –clave: Sistema de producción- Mercado- Asociación- Agricultura familiar- Diversificación.

 

The dynamics of peasant production systems in Acará- Pará
And the new configurations of market relations, driven by the influence of local associations

Abstract

This article aims to understand the relationship between associations and changes in the production systems of families belonging to the Boa Esperança Community, Acará-PA. Data were obtained through field research, when interviews were made with families living in the community and participating in two associations. The research found the existence of four types of producers that are differentiated by the production system and whether they are associated or not. As conclusion of the research we realize that being part of an association increases the possibilities of insertion in the market; Access to public policies; and technical assistance.

Key-words:Farming Systems- Market- Association- Family Farming- Diversification.

 


Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Ana Julia Mourão Salheb do Amaral, Laura Angélica Ferreira Darnet y Gutemberg Armando Diniz Guerra (2017): “A dinâmica dos sistemas de produção camponeses em Acará- Pará e as novas configurações de relações com o mercado, impulsionadas pela influência das associações locais”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (octubre 2017). En línea:
http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/17/sistemas-producao-camponeses.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/br17sistemas-producao-camponeses


Introdução
Este trabalho tem como objetivo estudar as mudanças em curso em sistemas produtivos agrícolas de base familiar na Amazônia, a partir de uma forte inserção no mercado. Procuramos entender, dentro das especificidades que regem a tomada de decisão das famílias, qual a influência do mercado e das organizações sociais neste processo (?). Como reagem as famílias de agricultores, tradicionalmente consumidoras e produtoras do açaí, à nova demanda do mercado, assim como à sua possibilidade de integração ao mercado globalizado? A abertura de mercados para produtos regionais tem imposto uma dinâmica diferenciada em comunidades longínquas dos grandes centros comerciais, como é o caso do açaí (Euterpe olerácea, Mart.) produzido em ilhas, comunidades tradicionais e áreas de agricultura familiar camponesa no estado do Pará. Um exemplo disto vem ocorrendo na Comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança, em Acará, onde o açaí anteriormente utilizado exclusivamente para o consumo das famílias passou a ser uma das maiores fontes de renda para os agricultores, a partir da comercialização do fruto para a Empresa Petruz Fruity.
Como consequência desta inserção ao mercado, os sistemas de produção praticados por essas famílias foram sendo modificados. Wanderley (2003), citando Lamarche, (1993), afirma que os agricultores tendem a fazer adaptações ao modo de produzir e viver na sociedade.

Para Wanderley (2003), o processo de transformação do campesinato não pode ser entendido como a passagem de uma situação de isolamento social e de exclusão do mercado, para outra de integração econômica e social no conjunto da sociedade. Portanto precisa- se saber qual o momento, de que sociedade englobante e de que campesinato se trata e como este se integra àquela.
Para refletir sobre estas mudanças, necessitamos entender a racionalidade de funcionamento de famílias camponesas e o processo de tomada de decisão. Buscamos apoio na teoria de sistemas aplicado ao estabelecimento agrícola familiar (DE REYNAL; MUCHAGATA; CARDOSO, 1997), onde admitimos que a exploração agrícola familiar é um todo organizado em busca de alcançar seus objetivos. A família como detentora dos meios de produção e da força de trabalho, sendo esses elementos intimamente interligados, é a base da racionalidade da produção camponesa como demonstrou Chayanov (1981). Para ele, diferentemente da empresa capitalista, que tem por prioridade a maximização do lucro, a produção familiar é orientada para a satisfação das necessidades e da reprodução da família. Nesse sentido, a decisão sobre o aumento da quantidade de trabalho necessário para a expansão de determinada atividade, por exemplo, tem em conta o bem-estar da família, antes mesmo do interesse de obtenção de maior lucratividade (ALTAFIN, 2007).
Segundo Altafin (2007), a produção camponesa é aquela em que a família ao mesmo tempo detém a posse dos meios de produção (terra, mão de obra e insumos) e realiza o trabalho na unidade produtiva, podendo produzir tanto para sua subsistência como para o mercado. A especificidade do sistema de produção camponês que combina propriedade ou posse dos meios de produção e a realização do trabalho estão na base da racionalidade da produção camponesa, eixo central da teoria de Alexander Chayanov (1981). Para ele, diferentemente da empresa capitalista, que tem por base a extração do trabalho assalariado e por prioridade a maximização do lucro, a produção familiar é orientada para a satisfação das necessidades e a reprodução da família. Nesse sentido, a decisão sobre o aumento da quantidade de trabalho necessário para a expansão de determinada atividade, por exemplo, tem em conta o bem- estar da família, antes mesmo do interesse de obtenção de maior rentabilidade familiar como também aponta (ALTAFIN, 2007).

1. Sistema de produção diversificado

Outro aspecto essencial na compreensão do camponês tradicional é seu sistema de produção diversificado de cultivos e criações, configura-se como parte da estratégia adotada pela família camponesa. Para Lamarche (1993), a exploração familiar não é um elemento da diversidade, mas contém nela mesma toda esta diversidade. Em um mesmo lugar e um mesmo modelo de funcionamento, as explorações dividem-se em diferentes categorias sociais segundo suas condições objetivas de produção (superfície, grau de mecanização, nível técnico, capacidade financeira). Esta diferenciação é consequência igualmente, do processo de tomada de decisão da família, ao direcionar suas atividades, fazendo escolhas sempre no sentido de melhor atender às necessidades familiares.  Esta organização e mesmo os manejos realizados se dão em resposta ao ambiente físico, biológico e sócio- econômico e de acordo com os objetivos, preferências e recursos dos agricultores (REIJNTJES; HAVERKORT; WATERS-BAYER, 1993). Para Wives (2013 apud Brossier et. al. 1990), esta organização segue transformações/evoluções no tempo e espaço resultantes do que chamaram de comportamento adaptativo do sistema. De acordo com esta teoria, há uma coerência entre as decisões e direcionamentos tomados pela família a fim de resguardar sua reprodução social. Esta coerência está intimamente ligada ao contexto onde a família está inserida e sua percepção das condições disponíveis para a mesma e seu entorno.
Na concepção de Lima et. al., (2005) e De Reynal; Muchagata e Cardoso (1997) que também contemplam os argumentos dos autores já citados, os agricultores em geral encontram- se em situações diferenciadas, as quais os distinguem em diferentes categorias sociais e econômicas. Eles dispõem de uma base material diferenciada, entendida como a quantidade e qualidade da terra e dos demais meios de produção e estão integrados de forma distinta a um determinado meio agroecológico e socioeconômico, com o qual estabelecem relações de produção. Tendo consigo seus objetivos e racionalidade e nas condições de produção, os agricultores tomam e executam suas decisões estratégicas e táticas relativas à produção. Assim, admite- se que as condições de produção desiguais determinam no espaço e no tempo, campos específicos de atuação e reprodução dos produtores, caracterizando diferentes tipos de unidade de produção (LIMA et. al., 2005).
Neste trabalho estamos trabalhando na escala de sistema de produção, pode ser definido como uma combinação, no tempo e no espaço, dos recursos disponíveis, com a finalidade de obter produções vegetais e animais. Pode também ser entendido como uma combinação coerente de vários subsistemas produtivos (DUFUMIER, 1996). A análise dos sistemas de produção no nível do estabelecimento rural incide em arguir seus dados constitutivos e especialmente as relações que se estabelecem entre eles, fazendo se necessário analisar as relações de coerência entre as espécies vegetais e animais que se estabelecem de acordo com o meio biofísico (WIVES, 2013). Desse modo, entende se o sistema de produção como um sistema aberto, dinâmico e complexo que sofre influência externa e interna, pois aceitam incluir um grande número de elementos vivos que interagem entre si e o ambiente, e também porque respondem à influência de fatores socioeconômicos, representados pela tomada de decisão da família.
Desse modo, considerando as particularidades dos sistemas de produção, a ênfase de se trabalhar com tipologia é pelo fato que em geral, os produtores trabalham em condições ambientais e socioeconômicasdistintas, mesmo dentro de uma mesma região [...] com racionalidades socioeconômicasdistintas, os produtores fazem escolhas diferentes em matéria de culturas, criações, técnicas, práticas agrícolas e econômicas, etc. Nem todos adotam, portanto, o mesmo sistema de produçãoe as mesmas formas de exploração do ecossistema (INCRA/FAO, 1999). Tendo assim a necessidade de se criar grupos para diferenciar suas heterogeneidades e agrupa- lós conforme suas homogeneidades.
Uma das variáveis cruciais dos sistemas de produção dos estabelecimentos agrícolas é o processo de tomada de decisões no âmbito da familiar, as quais dizem respeito aos objetivos colocados e a como alcançá-los com os recursos disponíveis, ou seja, decisões relativas ao tipo e à quantidade de plantas a serem cultivadas, animais a serem criados e técnicas e estratégias a serem empregadas. O modo pelo qual um grupo familiar de agricultores toma suas decisões relativas ao manejo depende das características desse grupo familiar: número de homens, mulheres e crianças; suas idades, estado de saúde, capacidade, desejos, necessidades, experiência na agricultura, conhecimento, habilidades e relações entre os membros da família (REIJNTJES; HAVERKORT; WATERS-BAYER, 1993). Como ressalta Wives & Machado (2014 apud CEZAR, 1999), sistemas agrícolas operam dentro de um ambiente dinâmico e mutável, impulsionados por fatores externos, tais como políticos, ambientais e econômicos, e fatores internos, que são as relações produtivas, sociais e comportamentais no contexto do estabelecimento.
Em um estudo na comunidade de Boa Esperança, no Acará - PA constatou-se que as famílias, após ingresso na comercialização do açaí, têm modificado algumas de suas práticas produtivas, assim como reorganizado as atividades em seus sistemas de produção e de comercialização. Nos interrogamos, então, se: a inserção no mercado, os tipos de mercado acessíveis, constituem um elemento crucial no direcionamento dos sistemas de produção dessas famílias? Em que medida as associações direcionam as escolhas dos agricultores familiares ou são direcionadas para atender a exigências do mercado e das comunidades?
Este artigo tem como foco principal entender a relação entre as associações e o contexto em que se desenham os sistemas de produção das famílias pertencentes à Comunidade Boa Esperança.
2. Área de Estudo: Comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança

A Comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança, está localizada a 19 Km da sede municipal do município do Acará, microrregião de Tomé Açu, mesorregião do Nordeste paraense. O acesso à comunidade se dá por ramais que iniciam na Rodovia Estadual PA-252 e no Rio Acará, conforme a (figura 1).

A Comunidade Boa Esperança é composta por dois assentamentos do INCRA, ambos criados em 2010, que são: o Projeto de Assentamento São Lourenço, e o Projeto de Assentamento Fortaleza; além de famílias que não estão assentadas mas são moradoras no entorno destes. Os assentamentos se encontram nas proximidades do rio Acará e abarcam uma área de 1.258,7873 hectares e 1.880,9935 hectares respectivamente, nas glebas Araxiteua e Acará (INCRA, 2011).
A área composta pela Comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança possui uma diversidade de instituições, como: escola, posto de saúde (em manutenção na época da pesquisa), igrejas (católicas e evangélicas), mercearias. Estão localizadas em todo seu território, mas principalmente à beira do rio, o qual para esta comunidade, é a principal via de deslocamento e escoamento da produção.

3. Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo, para elaboração deste artigo, foi feita através de duas viagens a campo. A primeira viagem a campo acorreu no período de 07 à 12/04/2015 para imersão na comunidade. Neste momento adotamos a metodologia de caderno de campo observada, por Beaud & Weber (2007), e observações participativas junto aos agricultores e captura de material fotográfico.
A segunda viagem a campo foi realizada no período de 05 à 12/06/2015, com o intuito de realizar um levantamento junto às famílias da comunidade. Neste momento a ideia era a de conhecer as atividades desenvolvidas pelas famílias, suas dificuldades e perspectivas. Neste segundo momento foram feitas entrevistas semi-estruturas (entrevista sobre o contexto histórico da comunidade) e estruturadas (questionário aplicado às famílias) sobre aspectos socioambientais, de produção e infraestrutura. Foram aplicados (46) questionários sendo (06) no PA Fortaleza, (08) no PA São Lourenço e (32) questionários aplicados com famílias que não fazem parte de assentamentos. Os dados foram sistematizados em tabela Excel e tratados posteriormente para análise descritiva dos resultados. Além da criação de tipologia dos sistemas de produção a partir do Guia do INCRA/FAO (1999).
4. Caracterização geral da comunidade
A comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança é caracterizada, historicamente, como a segunda geração dos descendentes de migrantes oriundos principalmente do nordeste brasileiro, que adentraram na Amazônia a fim de trabalhar na extração do látex, desde o fim do século XIX, no período da revolução industrial, e que se assentaram na região.
Os moradores dessa Comunidade são em sua grande maioria nascidos no município de Acará (82%). Destes, 68% são naturais da Comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança, de outras comunidades do entorno e de localidades próximas (32%). Estes, grosso modo, possuem propriedades que variam em tamanhos que vão de 0,1 ha a 87,5 ha, com atividades agroextrativistas diversificadas, sobretudo do açaí, da farinha de mandioca, pupunha, e cupuaçu.
A composição familiar é caracterizada por apresentar em média 5-6 indivíduos, pai e/ou mãe e agregados (sendo eles filhos, netos, afilhados). Do ponto de vista da residência, 55% das propriedades possuem uma única residência, 22% possuem duas casas e 23% possuem mais de quatro residências fruto, principalmente, de “desmembramento” familiar entre os herdeiros. As residências são feitas principalmente de madeiras e são divididas, geralmente, em três compartimentos, para além da sala e do banheiro, totalizando em média cinco compartimentos. Em geral as residências nessa Comunidade possuem equipamentos eletrodomésticos básicos (TV, rádio, fogão, geladeira) além daqueles que auxiliam no trato diário com a produção agroextrativista e a locomoção (rabeta, rabudo, máquina de bater açaí, etc.).
A composição das propriedades variam na forma e na função. Na morfologia elas possuem: pasto, capoeira e mata/floresta e na função com a produção agroextrativista de espécies nativas (como: açaí, pupunha, castanha entre outras) e na criação de animais (principalmente de frangos, patos e porcos) que são produzidos em áreas comuns, ao longo de todo o ano, para consumo e comercialização.
De forma geral, a Comunidades Nossa Senhora da Boa Esperança possui pouco acesso a políticas públicas direcionadas ao aumento da produção (como: PRONAF- Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), da comercialização (como: PNAE -Programa Nacional de Alimentação Escolar- e PAA- Programa de Aquisição de Alimentos) e de assistência técnica (ATER), mas possuem amplo acesso a política de assistência social como Bolsa Família, benefícios/aposentadorias.
5. Contexto das Associações
No universo de famílias entrevistadas, identificamos a atuação de duas associações comunitárias. Uma delas a ATRACBE (Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento e da Comunidade Boa Esperança), que é a mais forte em termos de influência e de visibilidade, e a segunda, Monte Sinai. De acordo com as entrevistas com os dirigentes das mesmas, constatou- se que ambas surgiram na mesma época, sendo que a ATRACBE foi criada no ano de 2007 e a Monte Sinai em 2008. Entretanto esta segunda ficou inativa, e somente em 2013 retoma suas atividades.
Enquanto a primeira foi criada explicitamente com o intuito de lutar pela criação de assentamentos nas áreas, a segunda já tinha desde o início, o objetivo de impulsionar as atividades produtivas, visando acessar políticas governamentais relacionadas ao mercado institucional para produtos agropecuários. Entretanto, após a conquista da criação dos dois assentamentos na localidade, PA São Lourenço e PA Fortaleza, a ATRACBE estabeleceu como linha prioritária de atuação, acessar políticas públicas voltadas para comercialização de produtos oriundos da agricultura familiar, iniciando essa nova prioridade no ano de 2010. A partir daí a associação acessa as políticas públicas como: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em que os próprios agricultores da associação forneceriam a merenda escolar para a escola da comunidade; e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Estas posturas demonstram que as associações foram criadas no intuito de impulsionar a comercialização das produções realizadas na comunidade, em particular por estímulo dos programas de comercialização institucionalizada e, em seguida, de uma empresa que passou a atuar na localidade.
No ano de sua fundação a ATRACBE possuía 63 associados, e em 2015 possui 52 associados. Já a Monte Sinai possuía 36 associados em 2015, mas no seu auge chegou a ter 50 associados.
Dentre as principais atuações dessas associações, está a comercialização do açaí para a empresa Petrus Fruity, localizada no município de Castanhal-PA. Esta mantém contratos individuais de compra da produção de açaí com as famílias, mas tem a ATRACBE como mediadora na emissão de notas fiscais, não só para as famílias a ela associada, como para as outras associações existentes nas redondezas (abarcando outras comunidades vizinhas produtores do fruto do açaí), e a associação a Monte Sinai. Esta comercialização do fruto do açaí é o carro chefe da associação ATRACBE, e teve início no ano de2007.  Com o passar dos anos está ganhando cada vez mais importância, tanto como fonte de renda para os agricultores associados, como visibilidade para a própria associação no município de Acará.
Já a associação Monte Sinai passa por um período de recomeço desde do ano de 2013. No retorno de suas atividades e reuniões têm sido discutidos novos projetos como: criação de frangos, horto de mudas e a reativação da casa de farinha. Os associados também estão fazendo plantio de novas culturas como açaí, pupunha e cacau.

6. O mercado e o papel das associações
Para Carneiro (2013:58) “as transformações na comunidade rurais provocadas pela intensificação das trocas com o mundo urbano (pessoais, simbólicas, materiais...) não resultam, necessariamente, na descaracterização de seu sistema social e cultural” da comunidade rural. Mudanças de hábitos, costumes, e mesmo de percepção de mundo, ocorrem de maneira irregular, com graus e conteúdos diversificado, segundo os interesses e a posição social dos atores (vão de acordo com os objetivos dos agricultores), mas isso não implica uma ruptura decisiva no tempo nem no conjunto do sistema social (CARNEIRO, 2013). Essas novas configurações da relação dos agricultores familiares com o mercado nos leva a pensar essa relação como um processo dinâmico de constante reestruturação dos elementos sociais, econômicos e culturais com base na incorporação de novos valores, hábitos e técnicas.

Como salienta Costa, Rimkus e Reydon (2008 apud Buainain 2006), em qualquer situação, um ponto fundamental para o sucesso familiar está no acesso aos mercados que melhor remunerem seus esforços, sejam eles mercados tradicionais e/ou novos. Absorvendo os riscos da produção e do mercado e a grande maioria enfrenta muitas dificuldades para se capitalizar, realizar investimentos sustentáveis, e levar adiante projetos inovadores. Dessa forma, parte dos agricultores familiares sofre com a ausência de políticas efetivas de proteção contra as flutuações acentuadas dos mercados e os humores da natureza. Porém, as vantagens e desvantagens efetivas da agricultura familiar dependem de como esse segmento, operando nas condições concretas impostas pela realidade na qual está inserida (que pode ser mais ou menos favorável), logra valorizar seus ativos e atributos e aproveitar as oportunidades potenciais à medida que surgem (COSTA, RIMKUS E REYDON, 2008).
Estas ações evidenciam importância e o papel da associação na mediação das ações econômicas da comercialização das produções. Observa-se que a ATRACBE, a partir de seu trabalho e atuação na região, é bastante procurada pelos moradores da própria comunidade, assim como de outras. Sua atuação no mercado tem refletido na melhoria de renda e de melhores condições para produzir, como mais assistência técnica, cursos de capacitação e oferta de insumos para quem é associado. Tem grande visibilidade em todo o município do Acará por ser uma das associações mais fortes da região em termos de organização e influência local. E a associação Monte Sinai está aos poucos tentando voltar à ativa, depois de um período de inatividade, em que seus dirigentes têm projetos para os agricultores associados, e pretendem acessar no futuro, assim como a ATRACBE, mais mercados não somente com o açaí, mas também com outros tipos de culturas e mais acesso às políticas públicas do governo.
Os dados do questionário e entrevistas revelaram que as famílias associadas à ATRACBE (17/46), afirmam que seus sistemas de produção, e a comercialização de seus produtos tiveram melhorias significativas. No caso da Monte Sinai, das 6 famílias associadas, todas afirmam que houve melhoria, mas com a volta das atividades da associação esperam alcançar novos objetivos.      
Percebemos que ambas as associações, têm em seu objetivo, melhorar as condições de comercialização e proporcionar maior geração de renda para as famílias. Este objetivo está diretamente relacionado à inserção no mercado, seja através de programas de governo para apoio na comercialização dos produtos da agricultura familiar, como também acesso a outros tipos de comercialização. O que vem sendo realidade na comunidade é uma relação cada vez maior das associações com o mercado, onde as mesmas têm procurado desenvolver contratos com empresas privadas, como é o caso da Petruz Fruity, na comercialização do fruto do açaí. Na visão dos dirigentes das associações, esses contratos com empresas privadas trazem mais benefícios para a comunidade, além de ser lucrativo para as associações em termos econômicos e comerciais. Esse fato pode ser evidenciado conforme declaração de um dos dirigentes da Monte Sinai, o qual vê com bons olhos a chegada da empresa Petruz Fruity na comunidade. Para ele a empresa “que trouxe benefícios a comunidade”.

7. Sistemas de produção diversificados
De forma geral, o que pudemos perceber em nosso estudo, é que os agricultores da comunidade Boa Esperança sempre desenvolveram sistemas produtivos diversificados. O açaí, palmeira presente em áreas alagadas, ao longo do rio, sempre fez parte do dia-a-dia das famílias, pois se constituiu como base alimentar da população local. Além do açaí encontramos muitas frutíferas como pupunha (Bactris gasipaes, Kunth), cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum.), cacau (Theobroma cacao, L), banana (Musa paradisiaca sp), maracujá (Passiflora edulis sp) e coco (Cocus nucifera, L), conforme o (Gráfico 1).

O açaí é a espécie vegetal predominante em todo o entorno da comunidade, independentemente da localização do lote, seja ele em terra firme ou em área alagada. Está presente em 93,5% das famílias podendo ser encontrado em área nativa e cultivado, mesmo que ainda não esteja produzindo. Tal característica está fortemente relacionada à tendência positiva da expansão do mercado com relação ao fruto.
Depois do açaí, a espécie mais representativa na área é a mandioca, tradicionalmente cultivada pelos agricultores da comunidade. A produção da mandioca está também muito relacionada com a produção de farinha, que é o principal subproduto dessa cultura, com significativa absorção pelo mercado, bem como está intimamente ligado à base da alimentação dessas famílias. O que motiva a produção de mandioca é o consumo/alimentação da família e a complementação da renda. Sendo apenas 19,4% dos produtores de mandioca não produzem farinha em seus lotes. De acordo com os entrevistados a área destinada ao cultivo variou de 0,25 ha (1 tarefa) a 4,5 ha (18 tarefas), com produtividade de 50 sacos de 30 kg por tarefa. A safra é em junho ou dezembro para a maioria dos entrevistados, alguns realizando duas colheitas. O preço do pacote varia de R$30,00 a R$75,00, e a venda é feita, em geral, para atravessadores que levam para Belém. Também há venda através do PNAE.
Após a mandioca, os cultivos mais citados foram cupuaçu, pupunha, coco, banana e milho. De modo geral, percebe-se uma predominância das culturas permanentes, principalmente de frutas, em toda a área estudada. Sendo que 14,4% famílias entrevistadas produzem polpas de frutas para comercialização na própria comunidade, e desses, 04 vendem para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) estadual. Os tratos culturais realizados nas culturas são simples: como limpeza, roçagem e capina para a maioria dos entrevistados. Há alguns entrevistados que realizam adubação, em sua maioria de forma orgânica. 
O extrativismo é uma atividade bastante comum na região: 45,6% entrevistados afirmaram realizar extração de produtos, todos em seus próprios lotes. Dos produtos extraídos, a castanha é o mais coletado, com 71,4% entrevistados que realizam extrativismo, seguido do açaí, cupuaçu, pupunha, bacuri e bacaba nativa da região. Esses produtos são destinados tanto para consumo quanto para comercialização. Na maioria dos casos, a atividade de extrativismo é realizada por todos os membros da família.
No que tange as criações, as famílias habitualmente criam aves (galinhas, patos, perus), assim como suínos e em menor frequência, bovinos. A piscicultura foi introduzida a partir dos anos 2000 e seduziu muitas famílias, as quais construíram viveiros/tanques. Entretanto, a atividade não evoluiu muito por falta de incentivo produtivo e comercial.
Foi neste cenário de sistemas extremamente diversificados, que as famílias se basearam e se mantiveram durante muitos anos na comunidade Boa Esperança. Entretanto, a partir da alta na demanda pelo fruto de açaí no mercado nacional e internacional, assim como pelas políticas públicas voltadas para a inserção no mercado de produtos oriundos da agricultura familiar, houve uma mudança na dinâmica das famílias. 
Constatou-se nas falas e depoimentos das famílias, que o fruto do açaí, antes tido como um fruto presente no dia a dia alimentar, se tornou uma das principais fontes de renda da comunidade, e desta forma, de interesse em se cultivar pelas famílias. Esta afirmação pode ser confirmada nos dados, onde todas as 46 famílias responderam ter interesse em expandir o cultivo do açaí, não somente para a comercialização, mas para o consumo da família para não comprar mais de terceiros. Das 46 famílias entrevistadas, 38 famílias já produzem o fruto (82,6%) e 5 famílias (10,8%) iniciaram seus plantios recentemente e aguardam o início da produção.
Na fala do presidente da ATRACBE, este diz que a comercialização do açaí junto com a empresa Petruz Fruity traz um aporte financeiro para a associação em torno de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) por ano, reforçando o interesse em expandir esta atividade.

8. Tipologia dos sistemas de produção
           
Apesar da diversidade existente nos sistemas de produção presente na maioria dos estabelecimentos familiares da comunidade, percebemos um avanço na direção da expansão da produção do açaí, o que nos permitiu criar uma classificação das famílias, em quatro tipos de sistemas de produção praticados. São eles: Grupo 1- Sistema voltado para uma maior produção e venda do Açaí; Grupo 2- Sistema diversificado com cultivos, extrativismo e criação; Grupo 3- Famílias com pouca ou nenhuma produção de açaí e Grupo 4- Famílias em situação de risco socioeconômico. Esta classificação, embora baseada na composição das atividades desenvolvidas pelas famílias, traz em si uma diferenciação socioeconômica, a qual tem relação estreita com a quantidade de açaí produzida. No grupo 1 temos as famílias em melhores condições econômicas, sobretudo pela renda oriunda da comercialização do açaí, enquanto as do grupo 4 são as mais instáveis, pois encontram-se no início de sua instalação na terra ou de seus sistemas de produção. Estas diferenças podem ser observadas na (tabela 1) a seguir.


De acordo com os dados da tabela 1, os grupos 1 e 2 são os mais diversificados, em termos de cultivos e de criações. Ambos direcionados para comercialização e consumo da família. Os grupos 3 e 4, apresentam menor diversidade se comparados aos anteriores, com destaque para mandioca e a introdução e/ou expansão do açaí.,
Outro dado importante é que no grupo 4, encontramos as famílias que estão em maiores dificuldades. Nota-se que 28,5% das famílias neste grupo não têm nenhum tipo de produção e nem criação. Esta situação refere-se a pessoas que estão se instalando agora na terra e/ou outras famílias que não têm terra para trabalhar. Enquanto nos outros grupos é frequente a existência de uma renda extra ao lote (renda não agrícola), 57,1% das famílias do grupo 4 não possuem nenhum tipo de renda extra, estando em uma situação delicada do ponto de vista econômico e social.
Ao olharmos as áreas e produção de açaí, percebemos que o grupo 1 é o que possui a maior média de área total do lote e também para o cultivo do açaí.  As famílias estão associadas na ATRACBE e o motor do sistema de produção é o açaí para comercialização com a empresa Petruz Fruity. Há um gradiente de diminuição quando olhamos os outros grupos, mas pela produção levantada na pesquisa, percebemos que todos estão seguindo a direção da expansão do açaí. Isto nos permite pensar que se a situação perdurar, o açaí tem grandes chances de dominar o uso da terra e a atenção das famílias.
As famílias ligadas principalmente à ATRACBE (grupo 1 e parte do 2) têm esta base de produção e de comercialização, mas percebemos que mesmos as famílias ligadas à Monte Sinai e não associadas, estão interessadas na produção do açaí. Pensamos então que a estrutura formal e força da ATRACBE permitiu esta abertura do mercado, e acabou influenciando a decisão das famílias no sentido de acompanhar o mercado no que tange à demanda do fruto de açaí. Até o momento esta mudança não foi suficiente para mudar a diversificação dos sistemas estudados.
Ao refletirmos sobre a inserção/participação das famílias em programas como o PNAE e PAA (tabelas 1 e 2), percebemos a importância da associação, independentemente de qual seja. As duas, Monte Sinai e ATRACBE têm apoiado seus sócios no acesso a esses programas, uma vez que apenas o grupo 4, de não associados, não tem participado dos programas. Estar ou não associado em uma associação, influi diretamente no acesso aos programas e na obtenção da DAP (Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Percebemos esta situação ao identificarmos que apenas o grupo 4, de não associados, se encontram na condição de nenhuma família apresentar a DAP. Tendo a pertinência dos dados apresentados, percebemos que é muito importante o agricultor estar associado em alguma associação, o que lhe permite oportunidades como: participar de cursos de capacitação; acesso a políticas públicas e maiores possibilidades de comercialização dos seus produtos (tabela 2). Esta situação é visível ao analisarmos os dados comparativos entre os agricultores associados na ATRACBE e Monte Sinai e os agricultores que não fazem parte de nenhuma associação.
           
O que a tabela nos indica é que em termos de área, idade, renda extra lote, não há uma diferença marcante entre as famílias associadas e não associadas. A diferença se destaca em relação ao acesso à capacitação, possuir DAP e comercialização através dos programas PAA e PNAE. Desse modo, entendemos que fazer parte de alguma associação possibilita maior apoio aos agricultores de uma forma geral, tanto na produção, quanto em termos de incentivos para a melhoria da mesma.
Considerações Finais
Considerando os dados obtidos nas pesquisas de campo, além de observações e conversas na comunidade, percebemos que estar associado a associações traz alguns benefícios aos agricultores, como mais possibilidades de mercado, acesso a políticas públicas, e assistência técnica. Percebemos que a associação exerce um papel de mediadora entre os agricultores e o mercado. 
Outro fator constatado é que os dirigentes das duas associações existentes na comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança são ativos e engajados na procura por novos projetos, assistência técnica, cursos de capacitação e outras atividades de natureza educacional, fazendo com que haja melhorias nesses sistemas de produção familiares. A influência das mesmas se concretiza na medida em que as famílias respondem positivamente ao aumento da produção do açaí, o qual é comercializado com a Petruz Fruity.
 Referências
ALTAFIN, I. (2007). Reflexões sobre o conceito de agricultura familiar. Brasília: CDS/UnB. Disponível em:  http://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/fitotecniatecnologiadealimentosesocioeconomia716/antoniolazarosantana/conceito-de-agricultura-familiar.pdf. Acesso em 20 de junho de 2015.
BEAUD, S; WEBER, F. (2007). Guia para a pesquisa de campo: produzir e analisar dados etnográficos. Petrópolis: Vozes.
CARNEIRO, M. J. (2013). Ruralidade: novas identidades em construção. Estudos Sociedade e Agricultura.
CHAYANOV, A. V. (1981). Sobre a teoria dos sistemas econômicos não capitalistas. In SILVA, J. G.; STOLCKE, V. A Questão Agrária. São Paulo: Editorial Brasiliense, p. 133-163.
COSTA, J. P; RIMKUS, L. M; REYDON, B. P. (2008). Agricultura familiar, tentativas e estratégias para assegurar um mercado e uma renda.
           
DE REYNAL, V.; MUCHAGATA, M. G.; CARDOSO, A. (1997).  Funcionamento do Estabelecimento Agrícola 4.0. Belém: UFPA / CA / DAZ.
DUFUMIER, M. (1996). Les projets de développement agricole: manual d'expertise. Paris: Karthala et CTA, 354 p.
INCRA/FAO. (1999). “Análise diagnóstico de sistemas agrários”: guia metodológico. (UTF/BRA/051/BRA) versão 5.0.
INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Disponível em: www.incra.gov.br/reformaagraria. Acesso em 10 de setembro de 2015.

LAMARCHE, H. (1993). A agricultura familiar. Volume I. Uma realidade multiforme. Campinas: UNICAMP.
LIMA, A. P. de; et al. (2005). Administração da unidade de produção familiar: modalidade de trabalho com agricultor. 3 Ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 224p.
REIJNTJES, C.; HAVERKORT, B.; WATERS-BAYER. (1993). Agricultura para o futuro: uma introdução a agricultura sustentável e de baixo uso de insumos externos. Rio de Janeiro: AS-PTA.
SCHNEIDER, Sérgio. (2003). Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 18, n. 51, p. 99-121. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v18n51/15988. Acesso em 23 de abril de 2017.
WANDERLEY, M. D. N. B. (1999). Raízes históricas do campesinato brasileiro. Agricultura familiar: realidades e perspectivas, v. 3, p. 21-55.
_______________________. (2003). Agricultura familiar e campesinato: rupturas e continuidade. Estudos sociedade e agricultura, v. 1, p. 42-62.
______________. (2013). Fatores influentes na tomada de decisão e organização dos sistemas de produção de base ecológica da banana no litoral norte do Rio Grande do Sul. Tese apresentada no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências Econômicas. Porto Alegre,. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/96682/000914614.pdf?sequence=1. Acesso em 16 de abril de 2017.
WIVES, D. G; MACHADO, J. A. D. (2014). Fatores influentes e a tomada de decisão nos sistemas de produção da banana no litoral norte do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 10, n. 4.

* Engenheira agrônoma pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Especialista em agricultura familiar e desenvolvimento agroambiental na Amazônia pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestranda em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

** Zootecnista pelas Universidade Federal de Viçosa. Mestrado em DEA ETES: Environemment, Temps, Espace et Société - Université D'Orleans. Doutorado em Développment Rural et Système d´Elevage - Institut National d´Agronomie Paris-Grignon. Atualmente é professora Associada da Universidade Federal do Pará pelo Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural e vice- coordenadora do Programa de Pós-graduação em Agriculturas Amazônicas do Núcleo de Ciências Agrarias e Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Pará.

*** Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Desenvolvimento Rural Integrado pela Secretaria de Planejamento e Tecnologia do Estado da Bahia. Mestre em Planejamento do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Pará. Doutor em Sócio Economia do Desenvolvimento pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, França. Pós doutor pela Columbia Universtiy in New York City. Atualmente é professor Associado da Universidade Federal do Pará Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural.


Recibido: 18/09/2017 Aceptado: 09/10/2017 Publicado: Octubre de 2017

Nota Importante a Leer:

Los comentarios al artículo son responsabilidad exclusiva del remitente.
Si necesita algún tipo de información referente al articulo póngase en contacto con el email suministrado por el autor del articulo al principio del mismo.
Un comentario no es mas que un simple medio para comunicar su opinion a futuros lectores.
El autor del articulo no esta obligado a responder o leer comentarios referentes al articulo.
Al escribir un comentario, debe tener en cuenta que recibirá notificaciones cada vez que alguien escriba un nuevo comentario en este articulo.
Eumed.net se reserva el derecho de eliminar aquellos comentarios que tengan lenguaje inadecuado o agresivo.
Si usted considera que algún comentario de esta página es inadecuado o agresivo, por favor, escriba a lisette@eumed.net.
Este artículo es editado por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.